Melhor do que Juscelino/ Vai ser difícil de achar – Cordel em parceria com o poeta Antônio Silva Gusmão
Oitavas de sete sílabas poéticas
Rimas em ABABCDCD
Cordel em parceria com o poeta Antônio Silva Gusmão
Apesar do tema espinhoso e até polêmico, espero que se divirtam com a leitura!
Ansilgus começou:
(01)
A campanha está na rua
Porém ainda modesta
Queira Deus que se conclua
Pois a maldade funesta
Ninguém aqui é menino
Sabe não pode falhar
Melhor do que Juscelino
Vai ser difícil de achar
(02)
Dizem que polarizada
Entre Lula e Bolsonaro
Penso não será manchada
Pois já entrou no meu faro
Votar em algum cretino
Que tem contas a pagar
Melhor do que Juscelino
Vai ser difícil de achar
(03)
Esse cara foi demais
Crescemos cinquenta, em cinco
Porém foi posto pra trás
De mentira aqui não brinco
Não cometeu desatino
A indústria a alavancar
Melhor do que Juscelino
Vai ser difícil de achar
(04)
Assassinado em desastre
Nas terras do interior
Que Deus queira não se alastre
Sigam na paz por favor
Brasileiro genuíno
Fez o Brasil prosperar
Melhor do que Juscelino
Vai ser difícil de achar
(05)
Fez Furnas e Três Marias
Hidroelétricas possantes
E também fez muitas vias
Tirou o atraso de dantes
Num governo cristalino
Fez Brasília pra esnobar
Melhor do que Juscelino
Vai ser difícil de achar
(06)
Fez nossa Belém-Brasília
Uma estrada poderosa
Hospedou tanta família
Desta nação tão formosa
Cidadão diamantino
De Minas fez-se a cantar
Melhor do que Juscelino
Vai ser difícil de achar
(07)
A indústria automobilista
Criada em sua gestão
Não fica fora da lista
É verdade, meu irmão
Mandado pelo Divino
Ensinou a governar
Melhor do que Juscelino
Vai ser difícil de achar
(08)
Mas no ramo do petróleo
Cresceu muito, até demais
Petrobras com monopólio
Mas na época sem punhais
Rápido como felino
Vamos todos copiar
Melhor do que Juscelino
Vai ser difícil de achar
(09)
O transporte cresceu frouxo
Todo setor prosperou
Um cara daquilo roxo
Que muita gente invejou
Deu valor ao feminino
E zelou pelo seu lar
Melhor do que Juscelino
Vai ser difícil de achar
(10)
Antigamente era bom
Não se via alegoria
Sambava dentro do tom
Isso era o que se queria
Lembro não tinha cretino
Gritando invés de chorar
Um igual ao Juscelino
Será difícil de achar
SilvaGusmão
E eu:
(01)
Tempo de desesperança
Que é bem maior do que o medo
E também de intolerância
Que degringola esse enredo
É o inferno o destino
Com as opções pra votar
Melhor do que Juscelino
Vai ser difícil de achar
(02)
O oposto da sarça ardente
É que vai acontecer
Sigo feito penitente
Não quero pagar pra ver
Em Brasília, o sol a pino
Dá vontade de chorar
Melhor do que Juscelino
Vai ser difícil de achar
(03)
Um deles foi condenado
O outro é um incoerente
Cada um lidera o seu gado
Esses dois que estão à frente
“Já vem desgraça”, imagino
Não é possível sonhar
Melhor do que Juscelino
Vai ser difícil de achar
(04)
Um exemplo é a Argentina
Que é o Brasil de amanhã
Será essa a nossa sina?
Alguém me arranja um divã
Ou que interfira o Divino
Se minha prece escutar
Melhor do que Juscelino
Vai ser difícil de achar
(05)
Pior é a Venezuela
Que ainda tem ditadura
Por baixo a todos nivela
Mas quem paga essa fatura?
A verdade dissemino
Pra essa desgraça evitar
Melhor do que Juscelino
Vai ser difícil de achar
(06)
Sou pobre, mas tomo vinho
E fiquei bem indignado
De observar o vizinho
E seu povo agoniado
O futuro cristalino
Não é difícil enxergar
Melhor do que Juscelino
Vai ser difícil de achar
(07)
Vou fazer uma promessa
Pra qualquer santo que aceite
Nos livrar de uma vez dessa e
Que venha um que nos respeite
Quisera ser um menino e
Não ter que me preocupar
Melhor do que Juscelino
Vai ser difícil de achar
(08)
Nesses versos me revelo
Pois o futuro é incerto
E nesse insano duelo
Nada devo, me liberto
Cada palavra eu assino
É preciso renovar
Melhor do que Juscelino
Vai ser difícil de achar
(09)
Pareço até saudosista
Duma era que nem vivi
É que não estou otimista
Com o quadro que está aí
Opções pobres, sem refino:
O Brasil vai desabar
Melhor do que Juscelino
Vai ser difícil de achar
(10)
Ao menos tenho um amigo:
Ansilgus, grande poeta
A sua vida eu bendigo e
Rezo, se a saudade aperta
Não sou de seguir tabus
Larguei o mote pra lá
Porque amigo como o Ansilgus
Vai ser difícil de achar!
Agradecimento:
Ao agradecer à Vânia
Que aqui voltou a compor
Conosco não há cizânia
Somos da paz e do amor
Democratas na excelência
Ninguém pode duvidar
Discordamos, paciência
Mas ela sabe rimar
SilvaGusmão
Adorei!
Tava com saudades dos seus cordéis!