Prova de Español

marina1Passei os últimos quatro anos estudando español aos sábados pela manhã. E adorei! Mas, como todo curso, há momentos de estresse, e os campeões, sem dúvida, são os dias de provas. No meio do curso, houve uma mudança na metodologia de avaliação. Eliminaram aquele tipo de prova tradicional e adotaram o modelo de prova do exame de proficiência. Pode-se dizer que é uma prova prática: avalia a destreza do aluno com a nova língua (não resisti ao trocadilho, me perdoem), por meio de interpretação de textos, compreensão auditiva, redação e prova oral. E as provas abordam temas muito interessantes, provocativos, até. Imaginem que o tema da redação da última prova era a diferença na comunicação entre homens e mulheres.

Estudos já apontaram que as mulheres falam cerca de 3 mil palavras por dia; os homens a metade. Isso explica muita coisa.

Outras diferenças estão na maneira de abordar um tema, especialmente com a finalidade de dar ordens. Nesse caso, as mulheres se expressam verbalmente usando o modo subjuntivo (lembrando que estamos falando em língua española), o que irrita os homens.  É que, para eles, comunicar-se dessa maneira passa uma ideia de desejo, capricho, e não uma ordem. Em apresentações formais, as mulheres são mais abertas e seus projetos são passíveis de debate e revisões.  Os homens, ao contrário, fazem tudo amarrado demais, pois suscitar possíveis revisões pode denotar uma ideia de insegurança, inaceitável para eles.

Uma pesquisa rasa no mundo laboral mostra que a maioria dos líderes, chefes e executivos são homens. As poucas mulheres em posição de destaque precisam ter talentos de comunicação semelhantes ou iguais aos masculinos. Um exemplo prático: a nossa presidente Dilma Rousseff. Será que se ela se comunicasse da maneira usual das mulheres chegaria aonde chegou?  Ou seria tragada pelos homens sedentos de poder?

Mais um exemplo prático: Marina Silva vem despencando nas pesquisas desde que adotou uma postura frágil demais, chorando, se dizendo decepcionada, vítima dos ataques dos opositores, reclamando do tempo que tem na TV. Gente, na boa, fica difícil até para nós, mulheres votarmos em alguém tão excessivamente “sensível”. Ainda mais para assumir uma posição com enormes responsabilidades e com tubarões de toda espécie à espreita, prontos para dar o bote; é um ambiente onde só os brutos sobrevivem. Esse comportamento transmite uma imagem de quem não tem a segurança necessária para liderar um país com o tamanho e a diversidade do Brasil, principalmente com tantos problemas. A mensagem subliminar da comunicação tem um poder impressionante, e erros básicos na linguagem falada e corporal renderam alguns pontos no Ibope. Pontos pra situação, no caso.

A regra geral é vermos em nosso dia a dia um número considerável de mulheres capazes, melhores que muitos homens, mas que nunca alcançam posições de destaque ou liderança. Na verdade, em pleno século XXI, ainda vivemos numa sociedade machista. Novidade nenhuma, infelizmente. Triste cenário, triste realidade, na qual delicadeza e educação são frequentemente confundidas com incapacidade, incompetência e ineficiência.

2 Responses

  1. C@urosa disse:

    Os homens falam menos e mentem mais!…E liderança no Brasil se adapta mais aos mentirosos!

    forte abraço,
    c@urosa

    • Vania Gomes disse:

      Olá, poeta C@urosa,
      Obrigada por sua presença em meu singelo espaço. Olha, meu caro, não sei se mentira tem a ver com gênero, viu? Mas você está cobertíssimo de razão quando diz que a liderança no Brasil está adaptada aos mentirosos. Quanto a isso não há dúvidas, né?
      Grande abraço.