Crônica justinha

PrintPaulo Maluf foi declarado pelo TSE “ficha limpa”. Bom, se ele, que já foi julgado e condenado por improbidade administrativa, foi considerado “honesto” pelo TSE, então pode tudo, como indignadamente afirmou o jornalista Josias de Souza.

Seguindo esse raciocínio, sonegar imposto de renda também não é desonestidade. Não passa de uma pequena omissão, uma distração. Mas se o Paulo Maluf é ficha limpa, então o que dizer dos condenados do Mensalão? Em uma palavra: injustiça! E o que esperar do julgamento dos envolvidos na Lava-Jato? “Justiça”, claro, afinal fizeram mais ou menos o que o Maluf fez…

E o que é “justiça”? No Brasil, este conceito está cada dia mais controvertido, insultado, desmoralizado e, por que não dizer, equivocado. Como combater a corrupção, se a cada dia somos violentados com decisões como esta? A decisão lógica não seria, além de correta, uma medida educativa para aqueles que votaram no candidato? Já não sei de mais nada, nem suspeito. A lógica, no Brasil, é ilógica, ou tem outras variáveis por trás que tornam todo o processo lógico, correto e ilibado, devidamente homologado pela suprema “justiça” nacional. Apenas nós, o povão, as desconhecemos.

Esses e outros acontecimentos dessa estirpe que estamos testemunhando me inspiram a propor que seja modificada, no Brasil,, a estátua situada em frente ao STF, que representa a nossa “justiça”. Ela precisa ser mais representativa, não acham? A venda nos olhos, a meu ver, deve ser retirada, de forma que a moça possa enxergar muito bem a quem julga e, principalmente, que possamos ver seus olhos, para onde ela olha. A mão que está na parte de baixo da espada, penso, deveria estar sobre a espada e aberta. Isso pode significar muita coisa, desde compaixão a otras cositas más, fica a critério de quem a mirar ou de quem estiver sob o seu jugo. Os seios devem ser caídos, representando tetas bem mamadas, e, ao mesmo tempo, fartos, indicando que sempre haverá o que mamar. Outra sugestão é deixar os seios como estão: silicone, simbolizando a vaidade e o poder da estética, seria o símbolo perfeito do “parecer sem ser”. Uma imagem com tais características me parece mais “justa” e apropriada, não?

Chega! Não quero escrever mais, ainda quero manter um pouco da esperança que me resta para o ano novo (que já começará velho). E encerro aqui esta crônica justinha.

Bom fim de semana procês!