Vou brincar meu São João

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Tempo de Festa Junina e eu não poderia deixar de comemorar a chegada do Dia de São João com um cordel em parceria com o grande e talentoso poeta Ansilgus! Caríssimo, ADOREI poetar contigo mais uma vez, com este mote tão divertido e apropriado!

Obrigada pelo carinho!

Os divertidos versos do Ansilgus:

A festa continuava
Cachaça tinha demais
Mas o noivo se afastava
Da noiva querendo mais
Mas não tinham camisinha
Naquela arrumação
NA CANJICA E NA BRANQUINHA
VOU BRINCAR MEU SÃO JOÃO

Entraram por um atalho
A caminho da garagem
Lá nós quebramos o galho
Numa boa vadiagem
Cala-te e fica na minha
Ninguém vai nos ver então
NA CANJICA E NA BRANQUINHA
VOU BRINCAR MEU SÃO JOÃO

Mas lá havia um cachorro
Brabo da gota serena
Eu penso que aqui não morro
Nem se lembrou da safena
Deita logo queridinha
Amenize meu tesão
NA CANJICA E NA BRANQUINHA
VOU BRINCAR MEU SÃO JOÃO

Ao conhecer a garota
O cachorro se aquietou
Mulher boa duma gota
Por isso que se casou
Abra bem sua perninha
Não deixe o papai na mão
NA CANJICA E NA BRANQUINHA
VOU BRINCAR MEU SÃO JOÃO

Quando a noiva se deitou
Com sua roupa bonita
Foi por cima do cocô
Logo ficou bem aflita
Fazer o que linda minha
Água só tem no porão
NA CANJICA E NA BRANQUINHA
VOU BRINCAR MEU SÃO JOÃO

E por mais que se banhasse
O fedor não se afastava
E ficou naquele impasse
Ela jamais perdoava
Pegou no mato a folhinha
Na falta de algum sabão
NA CANJICA E NA BRANQUINHA
VOU BRINCAR MEU SÃO JOÃO

Aí foi que piorou
Com a coceira danada
Que a urtiga fomentou
Naquela pobre coitada
Ficou toda vermelhinha
Ele quase sem ação
NA CANJICA E NA BRANQUINHA
VOU BRINCAR MEU SÃO JOÃO

Então resolveu deitar
Abraçando-a com carinho
Num bom pra lá e pra cá
Pra isso tinha um jeitinho
Ela ficando calminha
Grande sua aceitação
NA CANJICA E NA BRANQUINHA
VOU BRINCAR MEU SÃO JOÃO

A coceira foi embora
Ficando só num lugar
O noivo disse tá na hora
E danou-se a xumbregar
Agora você é minha
É grande nossa afeição
NA CANJICA E NA BRANQUINHA
VOU BRINCAR MEU SÃO JOÃO

Por muitas horas ficaram
Naquele amor de loucura
Ao cume muito chegaram
Que beleza, que fartura!
Dali pra sua casinha
Era fácil a acessão
NA CANJICA E NA BRANQUINHA
VOU BRINCAR MEU SÃO JOÃO

 
Meus versinhos:

A Rosinha quer casar
Mas não tem um pretendente
E os homens do lugar
São bem poucos, realmente…
Do lar quer ser a rainha
Quem ganha o seu coração?
NA CANJICA E NA BRANQUINHA
VOU BRINCAR MEU SÃO JOÃO

Já rezou pra Santo Antônio
Até já lhe deu castigo
Mas nada de matrimônio
“Qual o problema comigo?”
Cantou toda a ladainha
No altar com devoção
NA CANJICA E NA BRANQUINHA
VOU BRINCAR MEU SÃO JOÃO

Melhor rezar pr’outro Santo
Para não morrer solteira
Pense no varão enquanto
Pula três veiz a fogueira
E quem vai ser a madrinha
Se a Rosinha der a mão?
NA CANJICA E NA BRANQUINHA
VOU BRINCAR MEU SÃO JOÃO

Olha a chuva e olha a cobra
Olha a onça e vem dançar
Tem brincadeira de sobra
Na luz clara do luar
Tem caldo com cebolinha
Tem pamonha e tem quentão
NA CANJICA E NA BRANQUINHA
VOU BRINCAR MEU SÃO JOÃO

Um casamento na roça
É sempre uma festança
Vou a pé ou de carroça
Me acabo na comilança
Enfeite de bandeirinha
Alegra a decoração
NA CANJICA E NA BRANQUINHA
VOU BRINCAR MEU SÃO JOÃO

Adoro Festa Junina
E brincar meu São João
A tradição me fascina
Não nego as raízes, não!
Comida boa na cozinha
E a cachaça do sertão
NA CANJICA E NA BRANQUINHA
VOU BRINCAR MEU SÃO JOÃO