And the Oscar goes to…

Gostei muito do filme “O Discurso do Rei”. Não mais do que “Bravura Indômita”, mas gostei. É um filme baseado em fatos reais (em todos os sentidos), sobre a gagueira do Rei George VI, pai da Rainha Elizabeth II.

And_the_oscar_goes_toVencedor de quatro Oscar, incluindo melhor filme e melhor ator, “O Discurso do Rei” é um filme bem característico da cultura e dos valores norte-americanos: uma história de superação, com final feliz – para o protagonista, claro, pois o início da Segunda Guerra Mundial não pode ser assim considerado. De fato, vencer a gagueira não foi fácil para o Rei George VI. Além da gagueira em si, ele precisou vencer preconceitos e quebrar protocolos. Não que isso fosse um problema para Bertie (Colin Firth), já que sua esposa Elizabeth, embora tivesse origem nobre, era considerada plebeia e mesmo assim ele quis casar-se com ela.

Depois de percorrer os mais renomados médicos sem sucesso em busca de cura para sua gagueira, sua esposa, a então Duquesa de York (Helena Bonhan Carter), descobre o Sr. Lionel Logue (Geoffrey Rush). O tratamento da gagueira foi difícil porque Bertie teve que confidenciar sua história familiar para um estranho, plebeu, colono (Lionel era australiano) e decadente ator. O método peculiar, mas eficiente de Logue convence o casal e Bertie passa a se tratar com ele.  A superação de tantos obstáculos, especialmente de uma gagueira, capaz de mexer com a auto-estima de qualquer um, proporcionou uma aproximação entre o Rei e Logue. Ambos foram amigos da vida toda.

Colin Firth teve uma atuação impecável, não interpretou um gago estereotipado e mereceu o Oscar que ganhou. Geoffrey Rush e Helena Bonhan Carter, indicados ao Oscar de ator e atriz coadjuvante, também brilharam neste filme, mas ainda assim saíram da festa do Oscar de mãos abanando.

Superações à parte e levando em consideração que a herdeira de George VI está bem viva e ativa, o filme conta uma história relativamente atual, sem cometer gafes ou exageros. A Rainha Mãe Elizabeth exerceu magistralmente seu papel de esposa zelosa e podemos dizer que o Rei George VI foi um pai amoroso e dedicado. “O Discurso do Rei” é sobretudo um filme sensível, uma história de família…