Originalidade

Surreal. Para mim, esta é a palavra que melhor define o filme “A origem”, estrelado por Leonardo di Caprio e dirigido por Christopher Nolan.É um filme de ficção científica, entremeado com muita ação. Além da originalidade do tema, que é a invasão de mentes por meio dos sonhos nos seus diferentes níveis, os temas de fundo da obra chamam a atenção por interferirem diretamente na temática principal.

 É bem verdade que nosso subconsciente interfere em nossas ações cotidianas. Foi muito interessante a abordagem do subconsciente interferindo nos diferentes níveis de subconsciência. Impressionante como os planos podem ir por água abaixo simplesmente porque inconscientemente trabalhamos contra nós mesmos. No caso de “A origem”, o problema era a culpa que Cobb (Leonardo di Caprio) sentia com relação a acontecimentos do passado. E essa culpa, de alguma forma, sempre se fazia presente nos sonhos e o trabalho acabava fracassando.

Também nossos desejos e anseios estão no subconsciente e a correta provocação pode fazer com que aflorem no nível da consciência. E é isso que Cobb e sua equipe tentam fazer para alcançar a inserção da ideia que seu cliente deseja implantar na mente do concorrente.

Outra temática interessante é o trabalho em equipe. Todos têm que estar concentrados no mesmo objetivo e a ajuda mútua é fundamental para o sucesso da empreitada. O limbo entre realidade e imaginário é bem trabalhado durante a trama mas, neste caso, a principal motivação é o acordo firmado entre Cobb e seu cliente.

“A origem” é uma obra de muita originalidade e complexidade. Uma pequena distração e perde-se a lógica do enredo e o filme, de excepcional, passará a confuso. Leonardo di Caprio tem mais uma boa atuação e, salvo as diferenças conceituais, o filme pode ser comparado à “A ilha do medo”, no que tange às sensações que nós, espectadores, sentimos durante o longa. Parece que Leonardo está se tornando especialista em personagens difíceis, complexas, mas altamente cativantes, inseridas em um enredo não menos complexo. Esse é o ponto em comum com “A ilha do medo”, capaz de nos provocar sensações semelhantes enquanto assistimos.

Na minha opinião, “A origem” é um forte candidato ao Oscar de melhor filme, melhor roteiro, fotografia (a primeira cena do filme tem uma imagem impressionantemente belíssima do mar) e efeitos especiais! Já estou na torcida!